Outro
dia ouvi duas pessoas conversando numa lanchonete, algo bem costumeiro:
A
garçonete da lachonete dizia: Aceita coca cola ou fanta? Quer o salgado de
presunto ou de frango?
A
cliente então respondeu: Tanto faz!
E
a garçonete disse: Moça mas a coca custa três reais e a fanta dois e cinquenta.
Sai e fui refletir, “tanto faz”? Ora, é preciso escolher,
nem que seja pra ficar com as duas opções! Que falta de personalidade, pensei.
A verdade é que muita gente vive assim, como um barco de
papel numa lagoa que se deixa levar, pessoas assim são facilmente identificadas
por utilizaram constantemente as expressões “tanto faz” e “pode ser”, para elas
não há escolhas, esta sempre tudo ótimo, qualquer coisa serve! Será mesmo?
Um barco navega enquanto
presencia o tempo passar, só admira as coisas acontecendo, ele mesmo não
participa de nada! Pobre coitado, fica à margem de si mesmo, ao relento, à
vontade do vento e das águas, não tem aspiração própria, ou talvez até tenha,
mas, é incapaz de expressá-la, é como uma namoradeira na janela à espera de
alguém que tome a iniciativa pra uma conversa quem sabe.
Pessoas assim são medrosas, acomodadas, não querem ter de
realizar escolhas, pois isso implica necessariamente numa perda! Quem escolhe o
azul abre mão do amarelo, consequência natural, afinal não é sempre que se pode
ter tudo e é preciso saber aceitar e superar isso! Contudo, mesmo que pareça
contraditório e porventura não tenham essa percepção, tais pessoas escolhem não
escolher, e terão que arcar com as consequências de manterem um estilo de vida
Zeca Pagodinho “...deixa a vida me levar”.
A
verdade é que esse tipo de pessoas não quer sofrer, contudo, não percebem que o
sofrimento também é um sentimento importante e legítimo como qualquer outro, apesar
de vivermos atualmente numa ditadura da não tristeza. Com o sofrimento
aprendemos várias coisas, adquirimos experiência, valorizamos os bons momentos,
quando os temos, liberamos estresse, etc.
Claro, que como dizia Vínícius: ...é melhor ser alegre que
ser triste, mas melhor mesmo é não ser privado de sentir o que for, de se
arriscar, correr atrás, sentir o frio na barriga, escolher, quebrar a cara, ser
ou não recompensado, afinal, somos seres humanos, temos sentimentos e devemos
senti-los por nós mesmos, todos eles, pois, a vida é passageira e cada segundo
que passa não volta mais!
É melhor ser o protagonista da minha própria vida e dos meus caminhos; que o vento e as águas sirvam apenas pra me trazer surpresas, seja de leves brisas a furacões, de marés mansas a tempestades, mas que sejam legítimas e me possibilitem exercer com autonomia o livre arbítrio.
Pois, deixar-se levar
não é uma opção, isso só funciona para barcos!É melhor ser o protagonista da minha própria vida e dos meus caminhos; que o vento e as águas sirvam apenas pra me trazer surpresas, seja de leves brisas a furacões, de marés mansas a tempestades, mas que sejam legítimas e me possibilitem exercer com autonomia o livre arbítrio.